Período antes das eleições

São as próximas eleições legislativas que levam a este texto

Este período que antecede as eleições legislativas em Portugal é, como em outras ocasiões semelhantes, marcado por intensa atividade política e mediática. De modo que por toda a extensão televisiva, nos intervalos dos espaços publicitários protagonizados pelas figuras mais bem classificadas da capital, não apenas se lançam no ar telenovelas, reality shows e estórias de encanto, misturadas em obras mal acabadas de alguns corredores onde se divertem os pinguins que, diga-se de passagem, necessitariam de cuidados de limpeza.
De facto, dada a direitura do regime, e neste contexto, as trocas de opiniões sobre determinados assuntos, nomeadamente os assuntos políticos, são considerados de extrema importância, para esclarecimento dos eleitores, sobretudo aqueles que pululam nas principais metrópoles portuguesas, pois os outros são tão poucos que não vale muito a pena dedicar-lhes demasiada consideração.
Os partidos políticos esforçam-se por apresentar as suas propostas e conquistar o apoio da população, enquanto os jornalistas desempenham um papel decisivo na cobertura dos acontecimentos.
No entanto, levantam-se muitas vezes questões sobre a imparcialidade e a ética jornalística, especialmente quando as preferências políticas dos profissionais de comunicação se tornam evidentes nas suas intervenções.
E isto nota-se a olhos vistos através das expressões desenhadas pelo arregalar das vistas, o aumento das secreções das glândulas sebáceas que os produtos de fraca qualidade de maquilhagem não conseguem evitar, e também porque a realidade dos écrans modernos é o que é, conhecida de todos pelos brilhos e cores expressivas com que comunicam.
Assim, questões tendenciosas dirigidas a determinados partidos, sobretudo àquele que mais comichões tem originado na dita república e aos seus instalados defensores, criam estórias que prejudicam os candidatos, distorcem o processo democrático, que afinal de contas nada se distorce porque está já tudo torcido; e neste caso a palavra nada tem a ver com as torcidas detetadas nas estradas portuguesas – note-se.
Mas, aprofundando todas estas questões, e referindo-me concretamente às entrevistas e debates, alguns jornalistas e comentadores - normalmente as duas coisas -, adotam posturas críticas ou até mesmo hostis em relação a certos partidos ou candidatos. Essa abordagem dificulta sobremaneira a apresentação clara de ideias e propostas, criando um ambiente de confronto em vez de diálogo; limitando-se propositadamente a capacidade dos eleitores compreenderem as diferentes perspectivas.
E não poderão admirar-se os mais negativistas, visto que nas escolas o saber tem sido nivelado por baixo, direi mesmo pelo baixo mais ordinário, onde prevalece a regra matemática do cinco e quatro nove e vai um, sendo a questão interpretativa a que mais tem influenciado a visão alargada dos destinos do país.
Aliás, a este propósito, implementando as regras do facilitismo, que não vêm de agora, as notas classificativas não abundam nos estabelecimentos públicos, e a segurança rodoviária, e nos bares académicos é o que se vê.
Felizmente, essas mesmas notas são abundantes nos comentários da política, notas dadas com toda a jactância que a classe orgulhosamente adquiriu nas faculdades facilitadoras.
A imparcialidade jornalística deveria ser então um princípio fundamental a cumprir, pois doutra maneira a credibilidade dos meios de comunicação.
Quando os jornalistas permitem que as suas preferências políticas influenciem o seu trabalho, pode gerar-se a desconfiança. Por mais incomodativas que sejam as tais comichões, é responsabilidade dos profissionais de comunicação manterem o equilíbrio.
Por outro lado, é importante reconhecer que os jornalistas também enfrentam pressões externas, como interesses corporativos e políticos, que podem influenciar a forma como abordam determinadas matérias. Essas pressões podem exacerbar a tendência de favorecer ou prejudicar grupos ou pessoas, tornando ainda mais desafiador o compromisso com a imparcialidade.
Para os eleitores, é essencial desenvolver uma postura crítica em relação à informação recebida, avaliando diferentes fontes e procurar perspectivas variadas que possam ajudar a mitigar os efeitos de uma cobertura tendenciosa.

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